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Marradas, cornadas, coices e algumas lambidelas

domingo, 13 de dezembro de 2009

Silêncio



Silêncio.

Não.

Sim e um grande sorriso.

Um olho no outro e os dois que sabem que aparecem ainda mais quando se escondem.

É tudo...

É só.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

A Raquel


A Raquel estreou-se a encenar. Foi há um mês. E eu não fui à estreia! :((
Também, quem a mandou estrear em Roma??? Quem a mandou estrear quando eu ando tolinha com trabalho???

Mas tenho pena. E agora vou esperar que ela se ponha para aí a fazer espectáculos feita maluca para eu poder ir vê-la.

Era isto que eu tinha para dizer.




sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Eu também tenho saudades....



E não estou ausente com gripe dos Porcos, das galinhas nem das cabras. Se a gripe me apanhar, há-de ser a da minha espécie, que eu não gosto de javardices...
Mas tenho tanto, tanto, tanto, tanto que fazer que, quando fico com um tempinho de sobra para vir para aqui despejar palavras, sinto que elas me fogem e não as consigo apanhar e organizar para registar os mil assuntos que me apetecia comentar....
Fica a promessa de que um dia destes............

domingo, 27 de setembro de 2009

Esta merda não é um obituário!


Estou aqui a tentar lembrar-me quando foi a última vez que estivemos juntos, e não consigo... Porra! Tantas promessas adiadas de "temos de ir beber um copo um dia destes"...

Quando morre um actor, apaga-se uma estrela... Quando se perde um actor e um ser humano do teu calibre, além de ficarmos às escuras, começa a faltar o ar...

Sei que só me apetece praguejar...

Não estou preparada para ver à minha volta tanta gente a ir embora.

Estou triste. Estou zangada. É uma merda.

Não sei o que faça, não sei o que diga.

Obrigada pelo teu carinho. Obrigada pelo teu sorriso.
Obrigada pela tua boa disposição.
Obrigada pelos teus abraços quentinhos.

Um beijo, Jorge.



Jorge Vasques 07-02-1958/26-09-2009


domingo, 16 de agosto de 2009

Nem sei o que pense...


Uma vez ouvi dizer que, de cada vez que morre um artista, se apaga uma estrela...

Parece-me que vamos ficar completamente às escuras.





segunda-feira, 27 de julho de 2009

Raios


Primeiro orfãos de mãe, agora orfãos de pai...


Pina Baush


Merce Cunningham


sexta-feira, 22 de maio de 2009

Ser

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Ser Mulher é ter mamas.
É tomar a pílula. E poder ser mãe.
Fingir não andar preocupada com a celulite.
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...Avó.


É ser susceptível.

É o mas...

Mas...


Ser Mulher não é ter mamas.
Ser Mulher não é tomar a pílula. Não é poder ser mãe.
Não é fingir não andar preocupada com a celulite.

A avó.

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É ser susceptível.

E andar preocupada com a celulite.


É Poder às vezes.

...

Ser Mulher é ser Eu.
É Ser Braços e Coxas, Rabo e Barriga. E ter mamas.

Mãos.

É ser olhos.

Olhos que pensam. Olhos que julgam. Olhos que assustam. Olhos que se assustam.

E se enchem de lágrimas por parvoíces que fazem rir.


É ser boca.
Boca que morde, boca que ri, boca que ataca, que beija e que fala incessantemente sem parar.


É ter o coração na boca.

Ser Mulher é uma vontade.

...

É ser mascote. E fingir ser mascote. E Ser.

E ser Parede- Mestra.

Querer ser a bailarina.

Ser a bailarina e não querer ser a bailarina.

Ser espartana.

Querer e Ser a Maior Força e o Mais Frágil.

É ser tenrinha.

É ser lamechas.

E querer ter a força de um Martelo Pneumático Gigante.

É estar furiosa. E querer ter o impacto de um vulcão ao explodir.

...E ser subtil como a borboleta que pousa na flor.

E pensar que se pode entrar com pezinhos de lã...

Querer ser discreta, pequenina, mas ocupar o espaço de uma manada de elefantes...

Revolução e Resignação.

Paradoxo.

Incerteza.


E o óbvio.

E o concreto

E o Porto-seguro.

É ter hormonas aos saltos.

Ser Iceberg porque se é muito mais do que o que se mostra.


E ter um cheiro diferente.


Ser Mulher está na pele.

Está no SER.


É ter medo. E não querer ter medo.

É ser resistente.



É ter mau feitio. E nariz empinado.

É ser mazinha.



E gostar de dar. Dar. Dar. Dar....


E eriçar os picos, como o porco-espinho, por tudo e por nada...
E baixar a guarda quando menos se espera.
E saber que se espera sempre que a guarda baixe... E baixá-la.


E bater o pé.

E abrir a porta. E fingir. E ser transparente.

Fazer bem o que não apetece.

Só fazer o que apetece.


Estar entre o bicho e a gente e ser bicho e gente e muito mais que bicho e gente.



Ser Mulher é SER. E gostar de SER.

SENTIR.

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Cabeça versus Corpo como se tudo não fosse um só. E tudo é um só. Cabeça X (vezes) Corpo.

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Saber mais...

E não saber... E saber.

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E querer qualquer coisa que ainda não há.
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sábado, 16 de maio de 2009

O Amor é lindo....

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Antes do início de uma aula de ballet, noto um reboliço e uns segredos nos meus lindos gnomos cor-de-rosa de quatro anos...
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Eu: - Também quero saber o que se passa?!
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Inês: - (sussurrando) É segredo...
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Eu: - (sussurrando também) Mas eu também quero saber o segredo...
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Inês: - (para a Margarida) Diz...
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Margarida: - Diz tu....
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Inês: - (para a Margarida) Posso dizer?
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Margarida: - (muito envergonhada diz que sim a com a cabeça)
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Inês: - A Margarida está apaixonada.
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Eu: - (sem conseguir conter uma gargalhada) Fantástico! Margarida estás apaixonada? Por quem?
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Margarida: - (a rir-se e muito envergonhada, muito baixinho) Pelo Miguel..
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Eu: - E ele sabe?
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Inês: - Sabe, ele também está apaixonado.
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Eu: - E vocês são namorados?
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Margarida: - Somos...
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Inês: - E deram um beijo na boca....
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Eu: - Deram um beijo na boca?
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Margarida: - (muito envergonhada) Sim.
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Eu: - E gostaste?
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Margarida: - Vamos casar.
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Eu: - Vais casar?!
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Inês: - E nós vamos ao casamento dela.
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Margarida: - O Miguel disse que eu podia convidar as minhas amigas e os pais e os vizinhos.
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Eu: - O Miguel é simpático... Também quero ser convidada.

Sara: - E eu também....

Margarida: - Está bem....

Inês: - E os primos e os avós....

Eu: - Claro. E tu Inês, também estás apaixonada?

Inês: (diz que não com a cabeça)

Eu: - E quem mais está apaixonada? Mais ninguém está apaixonada? (todas dizem que não com a cabeça)

Sara: - Eu não...

Eu: - Mas mais ninguém tem namorado?

Sara: - (envergonhada) Eu não...

Beatriz: - (a Beatriz fala muito pouco, acena sempre com a cabeça em sinal de concordar ou não, mas é uma rapariga de poucas palavras)É o Luís.

Eu: - O teu namorado é o Luís?

Beatriz: - (acena que sim com a cabeça)

Eu: - E tu não estás apaixonada por ele?

Beatriz: - (abana com a cabeça e muito baixinho) Não.

Eu: - Pronto acontece. Pode ser que um dia venhas a estar....

(entretanto Margarida e Inês continuam nos risinhos)

Inês: - Pergunta-lhe porque é que ela está apaixonada.... (ri-se imenso)

Eu: - Margarida porque é que estás apaixonada pelo Miguel? Ele é giro?

Margarida: - (completamente envergonhada) Ele tem cabelo amarelo.

Inês: - É loiro.

Beatriz: - Não é nada loiro é amarelo.

Eu: - É amarelo Margarida? E tu gostas do cabelo amarelo?

Margarida: - (acena que sim com a cabeça e muito baixinho) E é forte.

(riso geral)

Eu: - É forte?!

Beatriz: - Ele bateu ao Pedro e atirou o lápis ao Francisco...

Eu: - Então não é forte, é um bocado bruto...

Margarida: - O que é bruto?

Eu: - (páro um bocado para pensar) É quando uma pessoa usa a força que tem para estar sempre a tentar aleijar os outros... O Miguel é assim?

Margarida: - (com um sorriso feliz) É.

Eu: - E tu gostas dele?

Margarida: - (acena que sim com a acabeça)

Eu: - Pronto, está bem... Mas ele nunca te aleijou a ti?

Inês: - Não, ele só quer dar beijinhos....
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(riso geral)
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Beatriz: - (que entretanto ficou muito pensativa durante a conversa anterior, muito baixinho) Eu também estou a apaixonada.
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Eu: - Ai afinal estás apaixonada. Pelo Luís?
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Inês: - Não.
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Beatriz: - Não, é pelo Diogo.
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Eu: - Mas e namoras com o Luís?
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Beatriz: - (acena que sim com a cabeça a sorrir)
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Eu: - Mas então devias era namorar com o Diogo, não era?
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Beatriz: - (abana com a cabeça) Não.
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Eu: - Ah... Ok. Cada uma lá sabe com quem quer namorar, não é... ?!... Isto está a ficar muito complicado para mim... Vamos à aula....
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sábado, 25 de abril de 2009

"Apprendre pour comprendre et agir!!"

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sábado, 18 de abril de 2009

Hoje é um dia assim.....

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(pergunto-me onde comprou o senhor a camisa?!)
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Viva a liberdade de expressão.
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segunda-feira, 6 de abril de 2009

Suspiro grande, ou a falta que as férias me fazem...

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..................... bolinhas de reticências de cabeça pouco vazia porque cheia de areia.
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É difícil ser racional quando, qual telefone, sou controlada por impulsos.
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Pulsos internos aos pulos.
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Não tenho pena de mim, porque me gosto. Não mudava um milímetro.
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Não me arrependo quase nunca de nada, porque sei que voltava sempre a fazer tudo igual. Não porque quisesse, mas porque seria incontornável, incontrolável.
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Irrito-me.
Enervo-me.
Eu. A mim.
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Mas não me controlo. Não aguento. Não tenho nervos de aço.
Não quero ter nervos de aço.
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Não sei o que quero...
Não quero saber o que quero.
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Minuto a minuto. Completamente à toa , no momento seguinte completamente cheia de certezas.
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Instantâneas certezas absolutas.
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Será que é ISTO que eu quero?
Teria saudades desta angústia, desta ansiedade??
Deste raio de coisa que me aperta o estômago a cada meia hora?
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Pensei mil coisas. Fiz mil planos. Desfiz outros mil.
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Nada fiz.
Nada mudei.
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Acho que não sou fraca. Sou amorfa. Sou mais teimosa que eu própria.
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É isto o paradoxo?
Talvez seja este o meu conflito o meu DRAMA/ACÇÃO que me faz mexer, que me mantém acordada, desaborrecida..............
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Raios me partam.
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Acho que queria querer paz.
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E depois encosto-me, adormeço e acordo a sorrir. Um novo dia.
Sou feliz.
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E de repente, não. Alarme de tédio a tocar.
Tudo gira à volta, apetece-me correr e atirar-me contra as paredes, vezes e vezes e vezes sem fim......
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Serei/estarei doente?! (estranho, penso-o com um sorriso nos lábios...!!!)
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Amanhã devo chorar outra vez.
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Hoje não.
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Ontem queria chorar e não me apetecia...... Foi quase.
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Raios me partam.
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Ninguém me deu um livro de instruções.
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A cada segundo.
Eu, eu, eu........ e não consigo perceber quem é!
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Agora chove, lá fora, e eu em casa, no calor do aquecedor, disfruto deste conforto/aconchego que eu/minha casa me dou.
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Que bom estar em casa.
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Faltam-me alguns parafusos. É um facto.
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Agora deixo-me de tretas e vou trabalhar.
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sexta-feira, 3 de abril de 2009

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Eu ensino, tu avalias, ele precisa de ir à casa de banho...

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Proponho A Revolução.
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Apelo a todos que se mobilizem no sentido de transformarmos todos os "estabelecimentos de ensino" deste país em "espaços para aprender".
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Não queremos alunos que "adquiram competências", ou que "dominem conteúdos".
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Queremos gente a aprender.
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E gente com vontade de aprender. E outra gente que nos traga vontade de aprender. Eu já tenho a minha (vontade de aprender).
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Agora preciso que me dêm algum espaço.
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E algum tempo.
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(e que não mo façam perder a cumprir planificações ou a estabelecer estratégias e metodologias para superação de dificuldades)
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Irra.
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Afinal em que mundo quero eu VIVER / CRESCER / SER???
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QUE MUNDO QUERO EU FAZER???
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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Eu...

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Ideia descaradamente roubada daqui (beeeijo).
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Uma espécie de balanço periódico....
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Já deitei fumo por uma orelha.
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Já bebi muito mais do que a conta.
Já jurei que nunca mais bebia mais do que a conta (mais de 10 vezes).
Já pratiquei exercício físico até deixar de sentir qualquer músculo do corpo.
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Já me arrependi amargamente.
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Já menti descaradamente (mais de 100 vezes).
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Já fui daqui à Holanda para ver um concerto.
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Já disse nunca (mais de 1 000 vezes, pelo menos).
Já amei muito.
Já fui muito amada.
Já traí.
Já fui traída.
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Já quase morri de vergonha.
Já quis morrer por amor.
Já quis matar por amor.
Já deixei de acreditar no amor (mais de 10 000 vezes).
Já conheci o homem da minha vida (três vezes, sem contar com a adolescência, e não eram sempre o mesmo)...
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Já fui assediada.
Já prometi e não cumpri.
Já pedi socorro.
Já me salvaram.
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Já fiquei afónica de pânico.
Já me ri até quase desmaiar.
Já andei "à porrada".
Já chorei sem razão (mais de 100 000 vezes).
Já atirei com uma bota à cabeça de um namorado.
Já fingi um orgasmo.
Já me despedi.
Já fugi.
Já passei três dias sem dizer palavra (aos maldosos, não, não estava em coma...).
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Já entrei no mar em Janeiro.
Já chorei ao por-do-sol.
Já me lamberam as lágrimas.
Já fui pedida em casamento.
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Já me senti a mulher mais feia do mundo (mais de 1 000 000 de vezes).
Já me senti a mulher mais bonita do mundo (inquantificável).
Já me senti a mulher mais feliz do mundo.
Já me senti a mulher mais miserável do mundo.
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Já me senti a mulher mais inteligente do mundo.
Já me senti a mulher mais burra do mundo.
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Já andei à boleia sozinha.
Já estive para ser violada.
Já fui assaltada.
Já fui má como as cobras.
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Já acampei.
Já fui acampar e acabei num quarto de hotel.
Já pratiquei sexo no alto de um castelo.
Já fiz amor debaixo de água.
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Já adormeci num passeio na rua.
Já andei uma noite inteira à chuva.
Já andei de ambulância.
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Já comi comida que detesto por educação.
Já fui muito mal educada.
Já fui insolente.
Já fui indisciplinada.
Já fui insoburdinada.
Já fui irresponsável.
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Já voltei atrás (mais de 10 000 000 de vezes)
Já quase desmaiei em cima do palco.
Já dancei nua.
Já andei quase 24 horas dentro de um auto-carro.
Já desesperei de dor.
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Já cantei Karaoke.
Já quis ser balconista.
Já mudei de profissão.
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Já seduzi.
Já fui seduzida.
Já fui corrompida.
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Já me droguei.
Já vi amigos morrerem por causa da droga.
Já vi colegas de turma a arrumarem carros.
Já plantei "erva".
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Já fiz magia negra.
Já acendi velas a anjos.
Já rezei.
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Já morei com freaks.
Já tive pulgas em casa.
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Já não perco tão facilmente a paciência.
Já tive muita mais paciência.
Já tive muitos mais sonhos.
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Já me perdi.
Já desesperei.
Já quis ajudar e não pude.
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Já duvidei muito mais de mim.
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Já tive mais poder de síntese.
Já estou cheia de sono.
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Já chega.
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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Simplesmente complicado

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"O vazio que se lixe. Inaumentável inminorável impiorável sempre insuperável quase vazio."*

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Descubro que passei horas infindáveis da minha vida a dar a volta à cabeça para resolver problemas que, ou não se resolveram, ou se resolveram sozinhos sem que as minhas reflexões tivessem tido alguma influência.

A vida é dura (que cliché bonito...), por isso não vale a pena tentar amolecê-la se vamos ficar todos pisadinhos.

Para quê complicar ainda mais com a desculpa de que se estão a tentar resolver as complicações...

Perda de energia.

Não ao simplex da vida.

Ir na crista da onda.

Acho que devemos aprender a conduzir ao ESSES, em vez de gastar o tempo a construir uma autoestrada, que quando estiver pronta, já não nos leva onde queremos ir...

Todos queremos a fórmula da felicidade, sem percebermos que todos somos felizes. Pelo menos um bocadinho por dia, todos os dias. Não há dias inteiramente trágicos. Há sempre aquele momento de prazer, nem que seja o segundo em que adormecemos ou o instante de puro êxtase em que o analgésico para as dores começa a fazer efeito...

Claro que também não há dias inteiramente felizes. A questão passa por se escolher o que vamos valorizar.

Tive um Mestre (bem ao seu estilo quase-zen de Guru da auto-ajuda-teatral) que me ensinou que há receitas para resolver problemas. Na maioria das vezes até bem simples, mas que normalmente não duram mais do que uns dias. Ao fim de uma semana estamos enjoados, encalhados, ou pior, entediados.

Infinitamente mais interessante do que procurar soluções é levantar novas e melhores questões. Em vez de se taparem buracos, abrem-se outros ao lado.

Agora evito perder tempo e queimar a moleirinha a tentar desfazer os nós cegos do juízo. Qual gata-borralheira prendada, aproveito-os para fazer naperons de crochet!

Até porque se eles são mesmo cegos, a única solução lógica seria arranjar-lhes uma bengala e um cão.

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Resumindo (e depois de uma noite em claro miserável, a correr para o médico, a ter de chamar o irmão para arrombar a fechadura de casa para poder entrar depois de chegar do médico, e de me sentir cheia de pena de mim, por ter de ser eu a fazer o meu próprio chazinho e por ter de ir trabalhar mesmo doente e sem energia): no meu dia-a-dia angustio-me imenso, enervo-me, stresso, não tenho paciência, exagero, irrito-me, zango-me, sofro, engulo sapos, enfastio-me, chateio-me, falo demais, não digo o que devia, arrependo-me, mudo de ideias, contradigo-me, canso-me...

...mas sou FELIZ.

Sou saudável (na maior parte dos dias), gosto muito do meu trabalho (apesar de ser muuuito) que me dá dinheiro para ser auto-suficiente e fazer muita coisa de que gosto, sou independente, sou razoavelmente inteligente, tenho uma família grande, formidável, complicada e divertida, que adoro (e um irmão multifunções com quem posso sempre contar - desde que não seja de manhã - capaz de arrombar portas, ir à farmácia, mudar faróis no carro ou resolver complexos problemas informáticos), tenho um grande número de amigos, conheço e tenho o privilégio de privar com gente extraordinária, e, mais importante do que tudo, colecciono pelo menos uma mão cheia de pessoas que tenho a mais absoluta certeza que me dariam um Rim ou um Par-de-estalos, sem pestanejar, conforme a ocasião, e por quem eu incondicionalmente roubaria um banco ou ficaria fechada numa cabine telefónica com uma dezenas de freaks piolhentos e mal-cheirosos.

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"Tudo desde sempre. Nunca outra coisa. Nunca ter tentado. Nunca ter falhado. Não importa. Tentar outra vez. Falhar outra vez. Falhar melhor."*

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*Samuel Beckett in Pioravante Marche, Últimos Trabalhos

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sábado, 7 de fevereiro de 2009

E depois de Paris de França

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Sexta-feira será Lisboa, Coliseu do Recreios, para ouvir estes senhores:

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City Sickness - Tindersticks

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Eu sei que eles também vão estar na Casa da Música, mas a mim apetece-me vê-los no Coliseu (a verdade é que eu já tinha comprado os bilhetes há imenso tempo, muito antes de saber que também estariam no Porto... Ainda bem, uma óptima desculpa para passar o fim-de-semana a passear pela capital).

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Sim, eu passo a vida a laurear a pevide. É um facto! Mas não tanto como gostaria... E também trabalho que me esfolo... Se servir de consolo à dor de cotovelo alheia... ;)

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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

La vie en rose

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É só mais uma semanita para poder fugir...
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Já tenho la valise pronta! ;)
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sábado, 10 de janeiro de 2009

Cheia de Gripe até à pontinha dos cornos!

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Diário de uma vaca às portas da morte:

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Et voila!

É no que dá a neve. Eu sei que a culpa não é só da neve...

Ainda ontem ouvia nos noticiários que em Tondela alguns alunos e professores se recusaram a ir para as aulas porque a escola estava com o aquecimento avariado...

Bem eu dou aulas numa escola que não tem aquecimento. Mas também não é preciso, já que as enormes e antigas salas são hiper-ventiladas por janelas cheias de frinchas e portas que comunicam com os largos corredores em mármore e que permitem conservar carne e peixe a baixissímas temperaturas, até no Verão. Por isso não convém que haja aquecimentos, para que ninguém sofra com as diferenças de temperatura.

Que foi o que me aconteceu... Cheguei ao iglo vinda de uma escola novinha, onde a sala estava quentinha e os alunos abriram as janelas para por as mãozitas de fora para agarrar a neve (parolos). Pelo caminho, "chaufagem" no máximo. Depois saída com os alunos para uma visita... Mais "chaufagem", mais frio, alguma conversa com um colega doente, mais uma aluna que não parava de tossir... Mais sítios quentinhos, mais rua...

Pensava eu que estava imune... No início do Outono costumo inundar-me de vacinas contra gripes, infecções, pneumonias, muitas vitaminas, acumpuntura e mezinhas naturais, para evitar ter de encher o corpo com drogas sintéticas...

Não adiantou.

Acordo a meio da noite com o costumeiro telefonema de Sexta-feira à noite... "Sim, já estava a dormir, não não vou sair... Deixa-me dormir. Cuidado com a neve, não vás a conduzir para casa. Deixa-me dormir!!!". Senti logo a cabeça pesada... mas podia ser só sono... Acordo às 8h00 (esta porcaria de andar num fuso horário de stress não me deixa dormir nem quando tenho tempo para isso). Uma dor de cabeça que me dá vontade de saltar da janela... Mas os arrepios de frio impedem-me de sair da cama. Estico o braçinho e ajusto a temperatura do aquecedor a óleo para o máximo. Consigo adormecer mais uma horita. Os pés, o nariz e as mãos geladas. Dores no corpo todo. "Ai coitadinha de mim...".

Vou ao armário da casa de banho procurar qualquer coisa para estas dores. Raios partam as manias das mezinhas caseiras. Reparo que os únicos medicamentos que tenho que não estão fora de prazo são Gurosan (para a ressaca) e Buscopan (para as dores menstruais). Tomo um de cada e volto para a cama, desta vez com o termo ventilador no quarto ligado no máximo. Não aguento o frio e os arrepios, não aguento a porcaria do barulho do aquecedor. "Ai que eu estou muito mal".

Moro sozinha. Adoro morar sozinha. Se agora cá estivesse a minha mãe diria "Vês como não é bom morar sozinha, agora terias alguém para tratar de ti". Apesar de tudo, continuo a achar que é bom morar sozinha. Se cá estivesse alguém não poderia ter passado a manhã a dizer "Ai", "Ui", "Que m****", "P*** que p****", "Vou morrer", "Estou muito mal", "Coitadinha de mim...", porque teria vergonha, ou fosse quem fosse que cá estivesse fugiria a sete pés de uma doente tão chata. Mas preciso de tomar drogas. Não quero sair de casa...

Telefonei a um amigo médico a perguntar se era boa ideia tomar um anti-inflamatório fora de prazo. Surpresa: Ele disse-me que era uma péssima ideia.

Telefono ao meu irmão para me ir à farmácia. Sair de casa está fora de questão. Só a ideia de me mexer para me vestir dá-me vontade de morrer. O meu irmão ainda deve estar a dormir... Só mesmo com muita fé poderia acreditar que me atenderia o telefone a um Sábado de manhã. Precisava de um take away farmácia...

Felizmente tenho algumas amigas que não passam as sextas-feiras à noite perdidas em botecos até aos Sábados de manhã, e logo a primeira atende-me o telefone. A ideia de que daí a umas horas chegaria a droga, sossegou o meu espírito. Obrigada laranjinha.

Entretanto descubro um Benoron que me parece em bom estado e tomo-o. De cinco em cinco minutos vou tirando a febre para ver se já está a baixar, e porque não tenho nada que fazer. Doi-me demasiado a cabeça para ler, ver televisão, ouvir música ou ligar o computador. Não tenho sono. Começo a ficar enjoada porque já bebi quase dois litros de chá.

Descubro que a minha febre é sempre dois pauzinhos mais alta debaixo do braço direito do que debaixo do esquerdo!!! "Meu Deus, serei normal??!!"...

Lá se vai o jantar de Reis de logo à noite... Amiguinha, acabo de morfar meio quilo de morangos que estavam preparados para o já internacionalmente célebre Bavaroise que me tinhas pedido para levar... Neste momento roo-me de inveja o teu anestesista. Já tinha apanhado uma overdose de epidural se tivesse um igual.

Estou muito mal disposta. Já não sei se é da gripe, se é do chá, dos morangos... Não sei mesmo estar doente.

Ligo-lhe para saber se ontem/hoje de manhã chegou mais ou menos direitinho a casa e para avisar que já não vamos ao jantar. Atende-me com voz de Grunho Dorminhoco Ressacadíssimo. Ainda assim consegue arrancar-me uma enorme gargalhada com um comentário imbecil sobre termómetros. Só tu para me fazeres rir hoje. Não perdes uma para bater coros inacreditáveis e dizeres disparates obscenos que só ditos por ti admitiria... Deve ser por isso que eu desconfio que nunca vou conseguir deixar de gostar de ti... Raios. Até me esqueço que estou muiiiiito doente.

A febre estabilizou nos 38º debaixo do braço esquerdo (pelo menos nos últimos 10 minutos). Andei a passear a pé pelo corredor para esticar as costas. Como já não conseguia estar deitada na cama, fui deitar-me no sofá. Estranho, também não consigo estar deitada no sofá...!!! Andar a pé fez-me bem à dor de barriga. Vou arriscar um iogurte.

O Benuron deve ter finalmente funcionado. A cabeça já não me parece tão pesada. Afinal sou capaz de não morrer hoje. Pensando bem no assunto, acho que sou um pouco hipocondríaca... Consigo ligar o computador. Devia aproveitar para trabalhar. Não me apetece. Estou doente, não trabalho.

Agora perfeito mesmo era se me passassem estas dores nas costas... E conseguisse adormecer até acordar completamente curada e bem disposta!

Telefone: Emergência Médica amiga a sair agora mesmo da farmácia. Daqui a 5 minutos está cá. Uhm... Que drogas sintéticas saborosas trará...

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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Cai neve em toda a parte...

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Trálarálárá (letra e música de José Cid).

Neve, neve, neve, neve.

Lindo. Paisagem magnífica. As muralhas e o castelo, os jardins, os passeios, os telhados, tudo branco. Lindo. Não é como na Suiça, ou como na Alemanha, é uma nevezita modesta, mas linda.

Anda tudo a passear. Ninguém trabalha. Afinal não há crise, está a nevar.

Não há transportes públicos, por causa da neve, o trânsito está um caos no centro da cidade, por causa da neve, a estrada para Braga está cortada, a estrada para Vizela está cortada, por causa da neve...

Chiça. Ainda bem que é só uma nevezita modesta. Se continua a nevar assim por mais tempo pára o mundo. Ou pelo menos pára o país, porque este clima temperado, que nos coze no Verão, e congela no Inverno não se aguenta... E ninguém consegue aquecer as nossas casas, nem conduzir nas nossas estradas...

Tarde de folga forçada. Não posso ir para lado nenhum. Tenho frio!

Claro que há crise. Cada vez que muda o tempo, pára-nos o relógio...

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