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Marradas, cornadas, coices e algumas lambidelas

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Eu...

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Ideia descaradamente roubada daqui (beeeijo).
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Uma espécie de balanço periódico....
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Já deitei fumo por uma orelha.
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Já bebi muito mais do que a conta.
Já jurei que nunca mais bebia mais do que a conta (mais de 10 vezes).
Já pratiquei exercício físico até deixar de sentir qualquer músculo do corpo.
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Já me arrependi amargamente.
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Já menti descaradamente (mais de 100 vezes).
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Já fui daqui à Holanda para ver um concerto.
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Já disse nunca (mais de 1 000 vezes, pelo menos).
Já amei muito.
Já fui muito amada.
Já traí.
Já fui traída.
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Já quase morri de vergonha.
Já quis morrer por amor.
Já quis matar por amor.
Já deixei de acreditar no amor (mais de 10 000 vezes).
Já conheci o homem da minha vida (três vezes, sem contar com a adolescência, e não eram sempre o mesmo)...
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Já fui assediada.
Já prometi e não cumpri.
Já pedi socorro.
Já me salvaram.
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Já fiquei afónica de pânico.
Já me ri até quase desmaiar.
Já andei "à porrada".
Já chorei sem razão (mais de 100 000 vezes).
Já atirei com uma bota à cabeça de um namorado.
Já fingi um orgasmo.
Já me despedi.
Já fugi.
Já passei três dias sem dizer palavra (aos maldosos, não, não estava em coma...).
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Já entrei no mar em Janeiro.
Já chorei ao por-do-sol.
Já me lamberam as lágrimas.
Já fui pedida em casamento.
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Já me senti a mulher mais feia do mundo (mais de 1 000 000 de vezes).
Já me senti a mulher mais bonita do mundo (inquantificável).
Já me senti a mulher mais feliz do mundo.
Já me senti a mulher mais miserável do mundo.
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Já me senti a mulher mais inteligente do mundo.
Já me senti a mulher mais burra do mundo.
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Já andei à boleia sozinha.
Já estive para ser violada.
Já fui assaltada.
Já fui má como as cobras.
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Já acampei.
Já fui acampar e acabei num quarto de hotel.
Já pratiquei sexo no alto de um castelo.
Já fiz amor debaixo de água.
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Já adormeci num passeio na rua.
Já andei uma noite inteira à chuva.
Já andei de ambulância.
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Já comi comida que detesto por educação.
Já fui muito mal educada.
Já fui insolente.
Já fui indisciplinada.
Já fui insoburdinada.
Já fui irresponsável.
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Já voltei atrás (mais de 10 000 000 de vezes)
Já quase desmaiei em cima do palco.
Já dancei nua.
Já andei quase 24 horas dentro de um auto-carro.
Já desesperei de dor.
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Já cantei Karaoke.
Já quis ser balconista.
Já mudei de profissão.
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Já seduzi.
Já fui seduzida.
Já fui corrompida.
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Já me droguei.
Já vi amigos morrerem por causa da droga.
Já vi colegas de turma a arrumarem carros.
Já plantei "erva".
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Já fiz magia negra.
Já acendi velas a anjos.
Já rezei.
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Já morei com freaks.
Já tive pulgas em casa.
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Já não perco tão facilmente a paciência.
Já tive muita mais paciência.
Já tive muitos mais sonhos.
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Já me perdi.
Já desesperei.
Já quis ajudar e não pude.
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Já duvidei muito mais de mim.
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Já tive mais poder de síntese.
Já estou cheia de sono.
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Já chega.
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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Simplesmente complicado

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"O vazio que se lixe. Inaumentável inminorável impiorável sempre insuperável quase vazio."*

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Descubro que passei horas infindáveis da minha vida a dar a volta à cabeça para resolver problemas que, ou não se resolveram, ou se resolveram sozinhos sem que as minhas reflexões tivessem tido alguma influência.

A vida é dura (que cliché bonito...), por isso não vale a pena tentar amolecê-la se vamos ficar todos pisadinhos.

Para quê complicar ainda mais com a desculpa de que se estão a tentar resolver as complicações...

Perda de energia.

Não ao simplex da vida.

Ir na crista da onda.

Acho que devemos aprender a conduzir ao ESSES, em vez de gastar o tempo a construir uma autoestrada, que quando estiver pronta, já não nos leva onde queremos ir...

Todos queremos a fórmula da felicidade, sem percebermos que todos somos felizes. Pelo menos um bocadinho por dia, todos os dias. Não há dias inteiramente trágicos. Há sempre aquele momento de prazer, nem que seja o segundo em que adormecemos ou o instante de puro êxtase em que o analgésico para as dores começa a fazer efeito...

Claro que também não há dias inteiramente felizes. A questão passa por se escolher o que vamos valorizar.

Tive um Mestre (bem ao seu estilo quase-zen de Guru da auto-ajuda-teatral) que me ensinou que há receitas para resolver problemas. Na maioria das vezes até bem simples, mas que normalmente não duram mais do que uns dias. Ao fim de uma semana estamos enjoados, encalhados, ou pior, entediados.

Infinitamente mais interessante do que procurar soluções é levantar novas e melhores questões. Em vez de se taparem buracos, abrem-se outros ao lado.

Agora evito perder tempo e queimar a moleirinha a tentar desfazer os nós cegos do juízo. Qual gata-borralheira prendada, aproveito-os para fazer naperons de crochet!

Até porque se eles são mesmo cegos, a única solução lógica seria arranjar-lhes uma bengala e um cão.

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Resumindo (e depois de uma noite em claro miserável, a correr para o médico, a ter de chamar o irmão para arrombar a fechadura de casa para poder entrar depois de chegar do médico, e de me sentir cheia de pena de mim, por ter de ser eu a fazer o meu próprio chazinho e por ter de ir trabalhar mesmo doente e sem energia): no meu dia-a-dia angustio-me imenso, enervo-me, stresso, não tenho paciência, exagero, irrito-me, zango-me, sofro, engulo sapos, enfastio-me, chateio-me, falo demais, não digo o que devia, arrependo-me, mudo de ideias, contradigo-me, canso-me...

...mas sou FELIZ.

Sou saudável (na maior parte dos dias), gosto muito do meu trabalho (apesar de ser muuuito) que me dá dinheiro para ser auto-suficiente e fazer muita coisa de que gosto, sou independente, sou razoavelmente inteligente, tenho uma família grande, formidável, complicada e divertida, que adoro (e um irmão multifunções com quem posso sempre contar - desde que não seja de manhã - capaz de arrombar portas, ir à farmácia, mudar faróis no carro ou resolver complexos problemas informáticos), tenho um grande número de amigos, conheço e tenho o privilégio de privar com gente extraordinária, e, mais importante do que tudo, colecciono pelo menos uma mão cheia de pessoas que tenho a mais absoluta certeza que me dariam um Rim ou um Par-de-estalos, sem pestanejar, conforme a ocasião, e por quem eu incondicionalmente roubaria um banco ou ficaria fechada numa cabine telefónica com uma dezenas de freaks piolhentos e mal-cheirosos.

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"Tudo desde sempre. Nunca outra coisa. Nunca ter tentado. Nunca ter falhado. Não importa. Tentar outra vez. Falhar outra vez. Falhar melhor."*

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*Samuel Beckett in Pioravante Marche, Últimos Trabalhos

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sábado, 7 de fevereiro de 2009

E depois de Paris de França

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Sexta-feira será Lisboa, Coliseu do Recreios, para ouvir estes senhores:

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City Sickness - Tindersticks

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Eu sei que eles também vão estar na Casa da Música, mas a mim apetece-me vê-los no Coliseu (a verdade é que eu já tinha comprado os bilhetes há imenso tempo, muito antes de saber que também estariam no Porto... Ainda bem, uma óptima desculpa para passar o fim-de-semana a passear pela capital).

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Sim, eu passo a vida a laurear a pevide. É um facto! Mas não tanto como gostaria... E também trabalho que me esfolo... Se servir de consolo à dor de cotovelo alheia... ;)

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