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Marradas, cornadas, coices e algumas lambidelas

sexta-feira, 6 de junho de 2008

A Fé Cega

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Em matéria de fé e de religião, pode dizer-se que tive uma educação que me ensinou a ser fundamentalista.
Fundamentalmente porque o meu pai sempre me educou para ser céptica e ateia.
Apesar de ter duas avós catolicíssimas que sempre me tentaram converter e fazer acreditar que se não fosse baptizada, mais tarde ou mais cedo acabaria no Inferno (mal elas imaginavam que eu sempre gostei mais de cornos que de asas) e que me levavam com elas à missa e me contavam a história dos três pastorinhos para adormecer...
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Em casa o meu pai, com um ar distante, ia dizendo "Tu é que sabes, se te quiseres baptizar, dizes, e alguém te há-de baptizar...", com aquele seu ar de desprezo e de "se te apetece fazer parte da manada...".
O meu pai adora teologia. Conhece a bíblia e a história do Cristianismo como poucos padres. Sempre gostei de o ouvir contar as historietas da bíblia, misturadas com as da mitologia grega e romana e para mim é isso que as religiões são Mitologia!
Entendo que seja mais fácil nos momentos de aperto e desespero pensar que o nosso destino é conduzido, não pelo acaso, mas por um ente superior, que pondera o que faz e que tem uma missão especial para cada um de nós cumprir. Mas não deixo de julgar que é infantil pensar de tal forma e pouco inteligente...
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É aqui que eu me digo fundamentalista. Não entendo como se pode acreditar. Ter a certeza de tanto disparate. Não perceber que a fé é uma muleta, é um mecanismo que bloqueia o raciocínio. Não percebo como há tanta gente cega.
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Acho que o lógico, o normal é sempre não acreditar até prova em contrário... E não me lixem e não me digam que têm ou já tiveram provas... Não me façam rir!
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Estes meus julgamentos não são voluntários. São preconceitos, mas não consigo encontrar uma razão válida para pensar de outra forma. Porque esta minha fé de que não há espíritos, almas, magias negras, brancas, verdes ou às riscas, energias (com excepção das que a física estuda), talhamentos, bençãos, mostros do Lago Ness, virgens, pitonisas, santíssimas trindades, budas, mistérios, Covas da Iria, duendes, além, premonições, anunciações, assombrações, maldições, superstições, reencarnações, pragas, profetas, anjos, karmas, amuletos, marés de sorte e de azar, instintos, extra-terrestras, voodus, candomblés, rezas, velas, incensos, destinos, pensamentos positivos ou negativos, vegetarianismos, yogas, rastas, tarots, signos, ou o diabo que os leve, continua até à data inabalável.
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Conheço imensa gente que considero inteligente e respeito que acredita em coisas que para mim são estranhíssimas. E o facto de acreditarem, faz com que eu ache que não usam totalmente a inteligência que têm (aliás, não acho, tenho a certeza).
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Este é o meu dogma.
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A minha prepotência e certeza absoluta será tão grande quanto a de um católico perante alguém Testemunha de Jeová.
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Sei que a minha fé é a verdadeira e todos os outros estão enganados e que, mais tarde ou mais cedo, vão ter de ver a luz. E quando chegar a hora da verdade, vão descobrir que o paraíso e o inferno é a RAZÃO!
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Junte-se ao Culto Cétpico. Reunimos Sábado à noite, num bar simpático perto de si. Aceitam-se donativos para a causa.
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5 comentários:

Anónimo disse...

Raça da mulher que nem na geografia acredita. Sabias que a Cova de anta Iria é um lugar, que existe mesmo? E isto não é fé, eu já lá estive. ;)

Maria Manuela disse...

Este sábado não me dá muito jeito...fica para a próxima...

beijos

Anónimo disse...

Eu não acredito em bocos de esquerda, em comunismos, em nacionalismos, em socialismos, social-democracias, centrismos ou democracias cristãs...

Pinto

Anónimo disse...

Ainda chegas a Papisa... ;)

PDuarte disse...

Eu acredito que hája virgens. Poucas e muito novas, mas estou convencido que as há.