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Marradas, cornadas, coices e algumas lambidelas

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Os pijamas

Adoro Pijamas. São uma boa ideia. Quentinhos, confortáveis... O conceito de pijama é inteligente. Foi boa ideia, de quem a teve, inventar o pijama. Gosto de pijamas. Gosto da palavra pi-ja-ma. Dão um ar sexy, mas ternurento a quem os usa (quem não sentiu ternura pelo Major Valentim Loureiro quando o viu, em directo para o Jornal da Tarde, com o seu vestido...). Dão um ar desamparado e inofensivo... Deve ser por isso que está na moda usá-los como roupa do dia-a-dia.
Tenho vários pijamas. Mas não os uso para dormir. Tão-pouco os uso como roupa do dia-a-dia!
Uso-os pouco. Essa é que é a verdade. E tenho bastantes (principalmente, tendo em conta que os uso pouco), ainda neste Natal me ofereceram três!
O facto é que eu só uso os pijamas para enrolar as calças nos pés para dormir quando está mesmo muito frio.
Às vezes também os visto antes de me deitar. Para ficar com ar de quem "ai já vestiste o pijaminha, agora vais para a caminha". E vou. Tiro o pijama, e vou para a cama.
Também visto um pijama quando tenho de ir à casa-de-banho durante a noite. Podia usar antes um roupão, pois podia... Mas perdia uma boa oportunidade para usar o pijama.
Tenho também uma reserva de roupa interior para "aqueles dias do mês". São enormes cuecas de algodão, já sem ou com pouquíssimos elásticos, ideais e confortáveis para dormir.
Por causa disso, no outro dia, ouvi o seguinte comentário: «Ia comprar-te uma lingerie, mas não havia em segunda-mão».
Apelo à comunidade: Vamos voltar a pôr as ceroulas na moda. Ceroula é sexy! Pelo menos durante cinco dias por mês...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Morte aos maluquinhos

Os maluquinhos têm muita graça, mas quando se aproximam de mais, assustam! Porque são maluquinhos.

Há os meio-maluquinhos, esses têm piada. Pode até acontecer terem algum charme.

Os maluquinhos inteiros não. São perigosos. Porque parecem inofensivos. Porque fazem-nos sentir pena deles e depois... quando realmente percebemos que eles são é maluquinhos, já é tarde de mais!

Fujam dos maluquinhos. Matem os maluquinhos! Proibam os maluquinhos!

Não gosto de maluquinhos. Detesto que os maluquinhos me chateiem, se aproximem. Quando cheiro um começo logo a ficar irritada. A abanar a cauda com força e a deitar fumo pelo nariz. E os maluquinhos sentem que eu não gosto deles. Mas como são maluquinhos, persistem.

E eu irrito-me. E depois, normalmente, eu é que passo por maluquinha...

Maluquinhos, oiçam (leiam): Vão para o raio que vos parta. Vão pentear macacos. Vão passear. Mas deixem-me em paz.

Estou rodeada por eles. Há maluquinhos em toda a parte. Estão nas esquinas, nos cafés, nas repartições, no super-mercado,...

Eles perseguem-me. São como moscas à volta da minha cabeça...

Qualquer dia...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Cozinha

Gosto de cozinhar.
Gosto de experimentar novas coisas na cozinha.
Hoje experimentei uma nova receita. Rizoto com cogumelos.
Enquanto cozinhava, pensava com os meus botões.
Um bom cozinhado precisa de empenho, amor, ser partilhado com alguém de quem se gosta.
Um bom cozinhado precisa de estar apuradinho, de ser bem servido.
Um bom cozinhado deve ser servido quentinho.

Isto vai ser mesmo bom...

Suspiro. Tretas.

Um bom cozinhado precisa é de sal.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O amor é liiiiiiinnndoooo

E é o que me apraz dizer.
Namorar é bom.
F**** é ainda melhor.
Estar só aconchegaditos no sofá a ver uma porcaria de um filme também. Rir à gargalhada os dois a ver o telejornal, melhor ainda.
Discutir sobre quem se deve levantar primeiro de manhã é fixe, "vai tu, anda lá...", "ontem fui eu, vai tu", "não, vai tu", "eu vou amanhã, vai tu hoje...", "vamos os dois daqui a cinco minutos", "está bem"... e passados cinco minutos o diálogo repete-se... até um dos dois ficar mesmo irritado e se levantar... "por tua causa já é tarde".
Mas o que é mesmo, mesmo bom e não troco por nada deste mundo são os dias em que me estico na minha cama e ela é toda só para mim...
O amor é liiindo, mas é melhor ainda se for só de vez em quando!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Reservado o direito ao preconceito

Reservo-me o direito de julgar previamente as pessoas (à posteriori já me parece demasiado tarde), seja pelos seus actos, pelo seu aspecto, pelo seu cheiro, pelo seu nome, pela voz, pelos amigos, pelo que comem, etc, etc, etc. Julgo, critico e ponho de parte tendo apenas como base as primeiras impressões.
É intuição feminina, pode pensar-se. É. Uma forma sublime de dizer preconceito, intuição. É mais feminina, porque as mulheres são mais rápidas e eliminam logo à partida o que não deve interessar. Os homens engonham mais.
Acredito que é uma necessidade básica do ser humano, ser-se preconceituoso. Se não perde-se muito tempo.
Também acredito (ok, admito que já são demasiadas crenças para quem se diz céptico, mas não é preciso acreditar em tudo o que digo...) que o cérebro quando usado para pensar produz efeitos fascinantes. Por isso opto por ostracizar todos aqueles que julgo que não usam, ou usam pouco, ou usam de forma que considero errada, os cérebros.
Opto por ser pedante e armar-me em superior (e não raras vezes gozar) com gajos que me tentam seduzir com coros rascas. Com gente que considero parolos armados em finos. Com pessoas que eu acho que têm a p... da mania (para isso estou cá eu!).
Acho que os vegetarianos são parvos. E armados em superiores, que ainda é pior.
Acho que pessoas que usam rastas, piercings, tatuagens e roupas que parecem pijamas vestidos por cima de carpetes e fatos de treino são básicas com a mania da profundidade... enfim freaks.
Gente que diz que tem muitos problemas e é muito infeliz, é porque não tem que fazer na vida.
Os homens são sempre menos inteligentes que as mulheres.
Mulheres que usam botas de tacão alto, jóias que as fazem parecer uma árvore de natal e perfumes para cheirar na Muralha da China, têm o pito aos saltos. Assim como aquelas que ouvem Shakira, Beyoncé e David Fonseca.
Evito sequer aproximar-me de indivíduos que cheirem mal... vinho incluído (a propósito, ontem fui pseudo-insultada - pseudo, porque o homem não tinha capacidade para chegar ao insulto - por um homem que se tentou aproximar de mim com um tresando a vinho, sebo e transpirado, para me vender qualquer coisa, supostamente para ajudar não sei quem. Nem o deixei sequer chegar perto - apenas o suficiente para começar a sentir o aroma... - disse-lhe que escusava de perder tempo, o meu e o dele, e ele amuou e começou a desatinar alto, para que os restantes ocupantes da mesma esplanada que eu pudessem também perder qualquer vontade que tivessem de lhe comprar algo, mesmo antes de o cheirarem. A isto eu chamo atitude altruísta!).
Não me atraem homens baixos (não que eu seja muito alta, não sou, sou normal, para portuguesa... Se fosse Alemã, ou Sueca, era anã, como sou portuguesa, estou na média...), mesmo que giros, simpáticos e charmosos, meias-lecas não me dão tesão. E se derem erros a escrever, matam-me a líbido para o resto da vida (mas isto até os mais altos).
Não suporto gente que diz coisas como "Ah, os emigrantes de leste..." ou "Ah, os pretos...", ou "Ah os árabes..." ou "Ah as mulheres..." enfim, no geral, pessoas que são racistas e preconceituosas, acho que são burras e ressabiadas.

É um sem número de preconceitos que acarinho e faço por manter, que me rege o dia-a-dia. Eventualmente, e muuuiito raramente, engano-me nos julgamentos prévios que faço, mas não admito, nem digo a ninguém, finjo que nunca pensei assim. Afinal de contas, Eu tenho sempre razão!


terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Chiça!

Estou cansada. Isto de passar a vida a correr de um lado para o outro em biscates, de vez em quando, cansa...
Estou cansada, estou cansada. Estou cansada, estou cansada, estou cansada....
E também quero dizer que conduzir é ainda mais chato do que andar de autocarro!
Conduzir é uma seca!
Conduzir é uma grande seca.
E é uma seca ainda maior, por causa dos outros que andam na mesma estrada que eu!
SAIAM DA ESTRADA!!!!!
E ficamo-nos por aqui hoje. Estou cansada...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

As Maçãs do Rosto de Adão

No outro dia assisti a um documentário (quer-se dizer, uma espécie de documentário), todo armado em científico, em que os ditos cientistas e antropólogos tentavam descobrir como teria sido a fisionomia de ADÃO!
Perguntam vocês: Qual Adão? O da pastelaria?
E eu respondo, ou melhor a Wikipédia responde, «Adão é considerado dentro da tradição judaico-cristã e islâmica como o primeiro ser humano, uma nova espécie criada directamente por Deus. Teria sido criado directamente da terra à imagem e semelhança de Deus para domínio sobre a criação terrestre. Adão foi pai de Caim, Abel, Sete, e mais outros filhos e filhas. Segundo Génesis 5:5, Adão teria vivido 930 anos, alcançando até Lameque, pai de Noé, a oitava geração de sua descendência».
Esse Adão. O primeiro ser humano, de cuja costela, mais tarde Deus terá feito Eva.
(suspiro grande como que a tomar fôlego!).
Ok. Vamos por partes.
Eu não sou católica, nem acredito em nenhuma espécie de religião. Percebo que quem é crente ache normal que um ser superior tenha, a partir do barro, começado a espécie humana.
Percebo também que para muitos crentes e para a maioria dos cépticos, a história do Génesis é uma espécie de alegoria.
Acho que uma religião não tem de se basear em factos, já que parte do pressuposto que as pessoas têm que ter fé, para a seguirem. Logo, se têm fé, não são precisas provas para nada!
Não quero ser polémica, nem pôr em causa nada.
Quero é perceber, e não percebo, porque é que homens, que se dizem de ciência, andam a brincar ao "vamos agora inventar uma teoria sobre como seria a cara da primeira molécula de carbono" (porque afinal não é essa a teoria científica para a base da vida??), ou então, "vamos descobrir como era a fronha do gajo que viveu 930 anos"...
Então??? Quem é crente procure nas pinturas religiosas, há milhões de Adões por esses quadros fora. Quem não é crente, não quer saber como era o Adão, porque à partida, não vai acreditar que ele tenha existido...
Então e como é que era o verdadeiro rosto da branca de neve?? Seria ela assim tão bela??
Há muita gente com muito pouco que fazer. Incluindo eu, que fiquei a ver o documentário...!
Suspiro...
Segundo o documentário, Adão era negro e falava a linguagem dos estalidos. Se calhar por isso é que Eva lhe deu a maçã, já não estava para o ouvir... "come e cala-te", terá dito ela (com estalidos). Os factos em que se basearam para chegar a esta resposta... Suspiro, são porque sim.
Outras questões se me colocam e gostaria que a ciência, que pelos vistos não tem mais que fazer, se debruçasse (com cuidado para não cair) em tentar descobrir como é que o Adão e Eva seguravam a parra (e já agora de que casta eram as videiras), se a maçã era raineta ou Golden, e onde é que fica o paraíso...
Já agora, como é que o Adão viveu tanto tempo (e também a Eva), será que recorreu a alguma cirurgia plástica para atrasar os efeitos do envelhecimento??? E ele gostava mais de branco ou de tinto? E voltou a comer maçãs?

domingo, 20 de janeiro de 2008

Conversa pouco fiada...

Duas crianças de quatro anos.

Uma diz que vai ter um irmãozinho. Que já está na barriga da mãe, ao que a outra responde: «Eu não tenho irmãos porque o meu pai põe "pusotominhos"».

Eu, ingénua pergunto: «Põe o quê?», diz-me ela, muito profissional: «"pusotuminhos", são umas chiclas que o meu pai cola na pila para eu não ter irmãos.».
Esclarecidos?!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Maus fígados... Ou viagens na minha terra

Viagem de autocarro Póvoa de Lanhoso - Fafe (não perguntem o que fazia eu neste autocarro...).
Entra no autocarro, em Santa Comba de Fornelos (não é um nome de terra fictício, existe e eu já lá passei), uma senhora com um cesto com galinhas dentro (qual é o espanto?! Nunca foram passear o cão??).
Senta-se ao lado de outra senhora que tem os dois lugares da frente ocupados com dois sacos gigantes de pencas (pencas são couves!).
Senhora das pencas - Então está melhorzinha?
Senhora das galinhas - Nem diga nada. Ando "co'as gripes".
Senhora das pencas - ...
Senhora das galinhas - A minha nora "ateimou" em comprar um "quecedor daqueles tipo sófagem" e eu já lhe disse que aquilo me põe doente, mas ela não quer saber... (suspiro). É uma "ovelha rencorosa". Ela quer é ver se me despacha...
Senhora das pencas - Vim agora da feira, as hortaliças andam todas queimadinhas...
Senhora das galinhas - É da geada, "aqueima" os verdes todos.
Senhora das pencas - Anda aí uma geada...
Senhora das galinhas - E o seu irmão, sempre foi operado?
Senhora das pencas - Ele lá anda, mas aquilo é mal que já não cura. Os médicos "diz" que "num" sabem o que é, mas eles "num quer" é ter trabalho...
Senhora das galinhas - São uma cambada de acomodados. E o povo é que sofre.
Senhora das pencas - Mas ele andou mal, coitado. Ele andou aí... Valha-me Deus.
Senhora das galinhas - Era "besícula", "num" era?
Senhora das pencas - Eu sei lá o que era, ele até fígado mastigado pelos olhos deitou. (!!!!!!!!!!!!!!!)
Senhora das galinhas - Ah! Eu sabia que se podia deitar o fígado fora, mas pelos olhos "num" pensava.
Senhora das pencas - O médico diz que nem acreditava (acrescento eu, São uns incrédulos estes médicos).
Senhora das galinhas - Sabe a Carminho do talho de Garfe (mais uma bela terra), a filha dela diz que deitava o fígado pela boca... Pelos olhos nunca tinha "ouvisto".
Senhora das pencas - (baixinho) Ele até ao bruxo foi....
Senhora das galinhas - Oh, Eu "num" creio nessas bruxices (mas que se pode deitar "figado mastigado pelos olhos, já não duvida...).
Senhora das pencas - Mas olhe que há qualquer coisa... O Homem diz que nem lhe levou dinheiro nem nada, que se ele quisesse, para lhe levar uns frangos, uns verdes,... e olhe que, "prontos", lá o mal não lhe tirou, mas diz que no outro dia foi fazer "analses" e já tinha o "costrol" mais fraquinho.
Senhora das galinhas - Eu também "num" acredito no "costrol". A gente bem faz exames e toma os remédios e nunca anda bem. A mim os comprimidos do "costrol" dão-me cabo dos ossos...
O autocarro pára numa paragem. A senhora das pencas levanta-se.
Senhora das pencas - Até amanhã, se Deus quiser. E as melhoras.
A senhora das pencas pega num dos dois sacões das couves, arasta-o pelo autocarro fora até à porta da frente (a saída é por trás, eu sei, mas acho que ela não...).
O motorista sai do seu lugar, põe-lhe o saco fora do autocarro, enquanto ela vai buscar o outro saco (entretanto estão aí umas cinco pessoas do lado de fora do autocarro à chuva, à espera para entrar...).
A mulher lá consegue sair do autocarro com o outro saco, o motorista ajuda-a a pôr um saco à cabeça, o outro leva-o na mão meio a rastos.
O motorista volta a entrar, os passageiros que esperavam entram, e a viagem segue.
Gosto do meu país!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Encontros imediatos

Kafka é quando um homem quiser...

Sentada numa humilde mesa de café, a tentar ser criativa à força para um projecto que já devia ter entregue no mês passado, começa a chamar-me a atenção a conversa da mesa ao meu lado...

Um "bate-coros" aí com os seus 25 anos e uma loirinha de tranças, linda, com um sorriso deslumbrado e estúpido, também com os seus vinte e poucos. Ele falava-lhe de "literatura".

Tinha vivido em França e, em França, lê-se muito, não é como cá.

Em França começam a ler logo na escola, aprende-se a sério, em França!Estava a fazer-lhe uma lista detalhada dos livros que já tinha lido e dos autores que gostava, e explicava que a maior parte dos livros que tem foram comprados em França, porque lá há mais livrarias, os livros em França são melhores e ele gosta mais de ler em Francês.

A certa altura começa a falar e a disparar uma bibliografia de Kafka (com muitos inéditos) e, a propósito diz-lhe que conheceu Kafka e que tem em casa até um livro autografado pelo próprio, mas que nem se lembrava muito bem de qual era o livro... já o tinha comprado há muito tempo e foi nessa altura que o kafka lho autografou!!!

A loira pergunta-lhe se o Kafka já não tinha morrido (afinal, não são assim tão burras). Ele diz-lhe que acha que sim, mas que já tinha comprado o livro há muito tempo, que foi em Paris, quando vivia em França, andava a pasear e foi à fnac (em França já há fnac há muito tempo, explica) e por acaso comprou esse livro, porque a capa lhe tinha chamado à atenção.

A menina da caixa disse-lhe que se quisesse o autor ia estar lá da parte da tarde, porque era o lançamento do livro e ele como não tinha nada que fazer foi até lá de tarde e conseguiu um autógrafo e conversou um bocado com o Kafka que lhe disse para estudar muito, se quisesse ser alguém na vida... (!!!!) na altura nem sequer sabia muito bem quem era o Kafka, devia ter para aí uns quinze anos... só mais tarde é que se apercebeu que o livro tinha muito valor...

(Suspiro meu, entretanto)
Entretanto chegou um casal amigo e a conversa dissolveu-se para o jogo Porto/Boavista, a respectiva lista de convocados e para a qualidade do Jesualdo e o Mourinho, que é o maior e o melhor e etc.!!
Eu não acabei ainda o projecto, mas gostava de ter um livro autografado pelo Kafka. Qualquer um, mesmo que não tivesse sido escrito por ele!!!!

(E sim, eu já sei quem é o Mourinho. E também sei quem é o Jesualdo. É primo do Kakfa).
Boa Noite. Beijos


P.S. Pois, pois eu sei que já não há um Porto/Boavista desde... Sei lá, desde que eu escrevi este texto...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Sexo, sexo, sexo… menham menham! : ))

No princípio há a paixão. Estamos sôfregos, trengos às vezes e até um pouco brutos de tanto tesão (pode dizer-se tesão sem parecer palavrão?). Grita-se, morde-se, passam-se noites em claro, experimentam-se todas as posições e opções, fazem-se promessas para a vida, escondem-se os defeitos …

Depois vem o carinho,… depois passa-se à acção quase sempre naquela posição mais confortável, ou que é mais prazeirosa para os dois, até que aos poucos acontece cada vez menos vezes, até chegar ao já se sabe como é que começa só não se sabe quando é que acaba, mas, vê lá se te despachas que eu ainda tenho que ir passar a roupa para vestir amanhã a ferro!

No fim vem a história do somos muiiiito amigos. Beijinhos e boa noite. E beijinhos pequeninos, não vás tu achar que eu estou com ideias e entusiasmares-te…

Quer dizer, nem sempre é este o fim, por vezes há o triste epílogo, em que uma das partes procurar a festa noutra freguesia, e depois vêm as acusações, tu já não me satisfazias, tu já não me procuravas, tu já não me achas atraente, etc, etc, etc…

Ou então aquelas sugestões estranhas, tipo, trazer uma amiga ou um amigo, swings, pessoas a assistir, enfim, sintomas de que há algo de muito podre no reino da Dinamarca!

A minha receita caseira (tudo a olho e qb, não há quantidades pré-definidas):
Começar logo no início, na fase da paixão. Por muito que se queira impressionar, não se devem gastar logo os trunfos todos.

E (isto é para as meninas) de cada vez que eles fazem aquela cara de macho compenetrado muito viril e hiperpotente, durante o acto, é obrigá-los a rir.

Obrigá-los a tirar aquele ar de “Stalone a tirar uma bala da perna com uma faca” que só dá, efectivamente para rir! Para ficar tudo menos tenso, mais à-vontade.

Surpresas: umas botas de cano alto (essenciais) e uma lingerie tigrês ou fantasia de coelha (à venda em qualquer loja de chineses, lavar muito bem antes de vestir, ou existe o sério risco de infecções e a brincadeira perde a piada). Não porque é sexy, porque não é. Mas dá vontade de rir.

De vez em quando encher-lhe os bolsos de notas de monopólio, estipular uma tabela de preços para os vários serviços, e obrigá-lo a pagar! Sem ser muito careira. “Preço especial para cliente habitual”! 500$00 por noite como plaffon máximo (o meu monopólio é em escudos...).

Arrancar-lhe a roupa com os dentes. Pô-lo a falar com o serviço de clientes da TMN enquanto se tenta distorcer-lhe a voz ou pô-lo a gemer com manobras várias…

Preservativos fluorescentes que brilham no escuro e fazem o “nosso amigo” parecer o ET mais gordinho, preservativos com porquinhos na ponta e que tocam os parabéns. Também há com passarinhos e gatos e outras músicas, inclusive pop-rock.

Noites temáticas (tipo noite árabe, noite José Cid, noite dos vampiros, noite desenhos animados, noite Assembleia da República, etc.), ou manhãs, ou tardes!!! De tarde é óptimo para quem se tem que de levantar muito cedo e à noite está cheiinha de sono, como eu! Surpreendê-lo ao almoço, ou antes do jantar. Barrada com chantily, ou se ele gostar mais, coberta de pistachios e amendoins (descascados) e a segurar uma cervejinha fresca entre as coxas (tirar do frigorífico só quando ele estiver para chegar, para não aquecer).

Sítios diferentes, num elevador, na mala do carro, no meio do monte, no alto da torre de um castelo (pode fazer-se um roteiro turístico pelos castelos de Portugal), debaixo de água, na casa de banho de uma enfermaria de hospital… às vezes nem dá muito jeito, mas acontece… e é engraçado, e estas são as que vão ficar na memória dos dois, e as que dão para mais tarde recordar a rir.

Rir ajuda a criar laços fundamentais como a cumplicidade e a ternura. São os pequenos segredos engraçados em comum e que não nos atrevemos a partilhar com mais ninguém. E acima de tudo, quando se apaga aquela chama inicial da paixão, aquele tesão a toda a hora, fica uma ternura imensa pela pessoa, ternura que é capaz de reacender a chama a cada momento.

Penso que é mais fácil que as provocações partam da mulher do que do homem. O homem, por limitações e tabus sociais tem mais pudor em relação a muita coisa, ou há mais pudor em relação ao homem (por exemplo, eu não ia gostar de chegar a casa e ver um homem vestido de tigrês e forrado com rodelas de ananás à minha espera. Não ia ser excitante… muito menos se não soubesse quem era...).

Ao princípio eles dizem, “eu não ligo nada a estas coisas”, mas aos poucos rendem-se e alinham logo nas brincadeiras. Acho que uma gulosa gargalhada é mil vezes mais excitante que um olhar "penetrante" (se bem que esse olhar a mim também me dá vontade de rir) e não há nada que nos deixe mais feliz e com o coração a transbordar de cheio e e e...

Acho que a libido está muito relacionada com o humor. Quando se está triste ou mal disposta há naturalmente pouco apetite sexual e apetece mais estar só. Já quando se está divertida, ou virada para a brincadeira…

Mesmo para os menos desinibidos é possível, a timidez combate-se com o humor, arranjado “truques” para vencer o pudor que pode rodear determinadas questões. Porque a verdade é que a brincar, ninguém leva a mal.

No sexo vale tudo, desde que seja de comum acordo. Só não vale ceder. Nas relações, sim, há que ceder e dar o braço a torcer, na cama não. Substituir, compensar, mas fazer fretes nunca!

E claro que nem tudo são rosas, nem compatibilidades e há muita coisa em que não há acordo e também há chatices e discussões, mas nada melhor do que fazer pazes… e lá se acaba sempre por rir e conseguir ultrapassar os maus momentos. E mesmo que as coisas não durem, mesmo que as coisas deixem de resultar, pelo menos esquecer os bons momentos vai ser difícil. Pelo menos estimulou-se a criatividade. Pelo menos comeu-se mais fruta.

Gargalhem, soltem a franga, a vaca tresloucada que há em vós.

E digam que sim, se vos perguntarem "andas a brincar comigo?".

Acima de tudo, divirtam-se.

Eu acho que o mundo seria melhor, se ninguém se levasse a sério.


P.S - O texto já não é novo (eu não tenho tempo para coisas novas...), está a modos que reciclado, mas julgo que se tratam de bons conselhos e o assunto, esse é sempre actual!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Os livros que mudaram a minha vida

Como sou uma vaca preguiçosa e com pouco tempo, fui buscar um texto que não é novo, tem a modos que uns anitos, mas acho que é um bom prólogo de blog, por isso cá vai ele:

O assunto surgiu-me porque me lembrei da desilusão que senti quando me deu para reler aquele que eu julgo que foi o livro que mudou a minha vida.

Tristemente descobri que o livro é uma merda.

Talvez tivesse sido melhor se não o tivesse relido, ou talvez não...

Descobri que afinal não foi o livro, fui mesmo eu, ou as circunstâncias que me fizeram mudar de rumo. Reflecti e constatei que o meu "singular" percurso foi semelhante ao de muita gente...

Passo a explicar: Era uma recém adolescente parva (como devem ser todas as raparigas de 13 anos). Ouvia tudo o que era música que me vinha parar às mãos e que estivesse na moda. Andava no Ballet, gostava de me vestir como a Barbie e as minhas amigas eram como eu, parvas e fúteis. Adorava o Elvis Presley e o Richard Gere porque eram bonitos, lia a Bravo, os policiais da Agatha Christie, o Asterix e a banda desenhada do Quino, porque quando fosse grande gostava de ser como a Mafalda - apesar de ser um bocado covarde para tomar posições.

Porque um rapaz vizinho, amigo do meu irmão (um rapaz do grupo dos grunhos, mas com quem eu falava, porque tinha pinta - sempre nutri simpatia por "gajos armados em outsiders") gostava, comecei a ouvir Doors.

Ele era fanático pelo grupo, e como eu o achava "O Máximo" (suspiro...), comecei a tentar saber tudo sobre a banda e como não podia deixar de ser, li a biografia do Jim Morrison.

Sim, também eu. Foi esse o livro que eu acho que mudou o rumo da minha adolescência (não propriamente para melhor nem pior, mas para mais adolescente).

Apaixonei-me pelo Jim Morrison e decidi que ia ser como ele, ou pelo menos o mais próximo que conseguisse daquilo que eu achava que ele foi - degredo e literatura (numa versão extremamente soft, estilo "g'anda maluca, mas só até à meia noite e meia, porque os meus pais não me deixam chegar mais tarde"...).

Comecei a fumar, um cigarro para 5, nos intervalos das aulas, de vez em quando uns charros (até aí não me aproximava das drogas porque tinha medo, mas fumava charros só ao ponto de ficar um bocadito drogada para os outros verem, mas suficientemente sóbria para tentar não fazer figuras tristes - como se fosse possível não fazer figuras tristes na adolescência...) a ler as obras de Nietsche, William Blake, Artaud, Hölderlin, Rimbaud, Verlaine, Oscar Wilde... e todos os livros que o Jim Morrison tinha lido. Assim como as biografias desses autores e os autores que os tinham influenciado.

Passei pelo Freud, Jung, Witgenstein, Sartre, Jean Genet, Marquês de Sade, Dante, Sófocles, Büchner, Brecht... nas artes plásticas li tudo o que encontrei (quanto baste, mas não muito, porque não havia ainda internet...) sobre o surrealismo, o dadaísmo, o expressionismo, arte pop (era uma rapariga de 14 anos que sabia quem era Max Reinhart e que via os filmes de Eisenstein e do Buñuel, que discutia as teorias da Gestalt e da escola da Bauhaus com o professor de educação visual do 8º ano - que pensava que eu era esquizofrénica).

Nos intervalos das leituras fazia números brilhantes como "deitar fumo pela orelha" (passo a explicar: como tinha, e tenho, um tímpano furado, se eu tapar o nariz e a boca e fizer pressão, sai ar. Eu dava uma passa num cigarro e Voilá, grande número e grande moka - que fazia com que eu reflectisse um pouco sobre a estupidez do acto, porque invariavelmente me dava uma vontade imensa de vomitar...).

Pelo caminho também lia autores portugueses, mas só os que eram ou malucos ou depressivos (Régio, Antero de Quental, Florbela Espanca, Almada, Pessoa, Mário de Sá-Carneiro - os meus preferidos eram os que se tinham suicidado). Aos dezasseis anos era uma gótica perfeita. Tinha a mania que era culta e inteligente, arrogante, revoltada, deprimida e ouvia Sisters of Mercy, Joy Division, Bauhaus, Velvet Underground,... bebia como uma esponja quando estava com os amigos (misturas tipo absinto com mescal e macieira) e quando já estava muito bêbada vomitava de propósito para poder continuar a beber. Faltava às aulas para ir beber para o café com os amigos e discutir poesia. Havia vários rapazes até que me elegiam como consultora literária para os seus belos escritos (tenho ainda alguns deles guardados, porque não sou de deitar nada fora, muito me rio...).

Em casa os meus pais não gostavam da maneira como eu me vestia, das minhas companhias e das minhas atitudes, mas como tirava sempre boas notas não tinham desculpa para me chatear.

A dada altura (primeiro porque tinha um tio uns anos pouco mais velho que eu que ouvia Fausto e Sérgio Godinho e que era fã do Miguel Esteves Cardoso, e depois porque descobri que ele traduzia Beckett e que trouxe a música dos Joy Division para Portugal, e porque O Independente era um jornal fixe, e a revista Kappa também), comecei a ler Miguel Esteves Cardoso e descobri que a boa literatura e a boa música não têm que ser ou sérias, ou deprimidas, podem ser sérias e bem-dispostas ou não e serem boas na mesma. Então descobri o Caetano Veloso e Chico Buarque, os Trovante, o Jacques Brell, a Nina Simone e o Jazz... Jorge Amado, Alberto Pimenta, Mia Couto, Luís Sepúlveda, Gabriel Garcia Marques, José Saramago, Aquilino Ribeiro, Sofia de Mello Breyner, Eugénio de Andrade... Devia ter uns 17 anos.

Comecei a vestir-me com cores, cortei o cabelo. Já sorria e olhava para as pessoas que sorriam sem achar que eram inocentes e que sorriam porque não tinham consciência das agruras da vida. Comecei a descobrir que tinha uma atracção ainda maior por aquilo que me fazia rir e divertia, do que pelas coisas "cool" e "deep" e absurda e parvamente deprimentes.

Coincidiu também com a altura em que comecei a fazer teatro, descobri novos amigos, uns depressivos, outros bem-dispostos, uns mais artistas, outros mais normais... Coincidiu com começar a frequentar o Cineclube de Guimarães. Comecei a olhar para mim e a analisar-me, mais do que a construir-me. E cresci, pouco, mas alguma coisa, passei a ser uma adolescente com outro tipo de "pancadas".

Ultrapassei um bocado a idade das trevas das nossa vidas (a idade média - de mediana - pela qual cada um de nós tem de passar). E pronto.

Depois, já na universidade, voltei a ler muitos dos livros "pesados" que adorava e alguns achei-os chatos, outros excelentes, outros excelentes mas demasiadamente depressivos para conseguir gostar deles, outros não os percebi e nem percebi onde fui buscar interpretações que lhes dei na altura... enfim. Descobri também outros que não tinha lido na altura e que me fizeram muita falta como o Shakespeare.

Descobri que há muito mais Beckett para além de à Espera de Godot... Descobri que sou uma Maria Lamechas e com muito orgulho... Descobri que continuo a gostar de ouvir muita música que ouvia na adolescência... Acho aliás que ainda não saí completamente da adolescência!!!

Este livro (a biografia do Jim Morrison) reli na altura do concerto dos Doors em Portugal, assim como revi o excelente filme do Oliver Stone. Afinal o Jim Morrison era um parasita. Bêbado, dogrado, freak e porquito (o homem não mudava de roupa, três semanas com as mesmas calças de couro...). Afinal se o conhecesse era capaz de não lhe achar piada nenhuma, o gajo era uma besta. A música continua a ser do melhor, indiscutivelmente o homem foi um pioneiro, mas afinal não era um Deus (e acho mesmo que já morreu...). O livro, é uma biografia, fiel ou não, não interessa, mas a tradução é muito má (brasileira) e a escrita é muito primária. Reli-o milhões de vezes durante a minha adolescência. Era a minha bíblia.
Mas acho que na altura eu não andava muito preocupada com literatura...

Uma coisa é certa, para mal, ou para bem, cedo ou tarde de mais, os livros que li também fizeram de mim o que sou hoje.

E não há volta a dar!

domingo, 13 de janeiro de 2008

Curral Novo...

Isto é só para começar! Um dia destes habituo-me e nunca mais de cá saio. Para já, digamos que é uma espécie de desfloramento em matéria de blogues, por isso, é melhor não aprofundar muito mais. Para uma primeira vez já está bom. Fico por aqui.